quinta-feira, 15 de março de 2012

Doenças mais comuns em Cães

ATOPIA CANINA


Atopia canina é uma doença dermatológica causada por uma hipersensibilidade hereditária a alergenos inaláveis (poluição, pólen, mofo, ácaros, etc).Os animais do sexo feminino apresentam maior incidência de atopia.As raças mais afetadas são: Pastores alemães, Boxers, Labradores Retrievers, Golden Retrievers, Cairn Terriers, Fox Terriers, Irish Setters, Dálmatas, Poodles e Schnauzers miniaturas.
Geralmente a atopia se manifesta entre um e três anos de idade, sendo difícil sua manifestação em cães com idade inferior a seis meses.Os cachorros acometidos pela atopia apresentam lesões auto produzidas (auto-traumatismo). Essas feridas aparecem na face, patas, axilas e virilhas. O primeiro sintoma da atopia é o eritema. Conforme a patologia vai progredindo surge alopecia, piodermatite secundária, hiperpigmentação e liquenificação. Outros aspectos clínicos são: crises de espirros, conjuntivite, rinite, otite externa e alteração da cor da pelagem causada pela saliva. Pode ocorrer hiperidrose (10 a 20% dos casos) e raramente asma.
Para diagnosticar a atopia, é necessário que o cachorro apresente no mínimo três dos seguintes sintomas principais: prurido, envolvimento facial e/ou digital, liquenificação, dermatite crônica, histórico familiar de atopia e predisposição racial. E três sintomas secundários: eritema facial, conjuntivite, piodermatite, xerose, hiperidrose, reatividade imediata ao teste cutâneo, IgG alergeno-específico elevado e IgE alergeno-específico também elevado.
Para se definir o alergeno responsável é necessário que se aplique testes alérgicos intradérmicos ou que o teste seja feito através de análise específica de amostra sanguínea.O tratamento da patologia envolve o uso de glicocorticóides e hipossensibilização. Para cães que não podem ser mantidos sob controle com a hipossensibilização e cães idosos é indicada a prednisona, que deve ser administrada por via oral em quantidade de 1mg/Kg por dia durante o período de sete a dez dias. Em seguida a terapia é ministrada em dias alternados até a dose ser reduzida para a mais baixa de manutenção efetiva.
Porém, o mais importante é conseguir identificar o alérgeno e evitar o contato (inalação) do animal com o mesmo.

Luiz Gustavo Fabris – Estagiário
Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Orientador
                                                                   
  BABESIOSE



A Babesiose é uma enfermidade causada por um hematozoário (Babesia canis). A doença é transmitida pelo carrapato de cachorro, o Rhipicephalus sanguineus, sendo um parasita que vive no interior da célula sanguínea e se reproduz assexuadamente. Pode-se encontrar dois, quatro ou mais parasitas em uma única célula. As células sanguíneas infectadas rompem-se e liberam parasitas que irão se alojar em novas células.

Os sintomas da doença podem variar de acordo com o tipo do parasita, o grau de infecção e as condições do sistema imunológico do cão. Na maioria dos casos é diagnosticado anemia, mas se um grande número de células se romperem ao mesmo tempo pode ocorrer febre, emese, hiporexia, diarréia, icterícia e insuficiência renal. Sangramentos como a rinorragia podem ocorrer devido ao distúrbio de coagulação causado pela enfermidade. Lesões cutâneas também podem aparecer.
Ocasionalmente, células infectadas podem obstruir pequenos vasos sanguíneos e causar anormalidades no sistema nervoso e fraqueza muscular.O mesmo carrapato pode transmitir a Babesia canis e outros organismos como a Erlichia sp, tornando a doença mais severa. Ao tornar-se crônica, a enfermidade resulta em repetidas febres e total perda de apetite.O diagnóstico da doença é feito através dos sinais clínicos e deve, posteriormente, ser confirmado por testes laboratoriais através de esfregaços sanguíneos corados, onde será observada a presença do parasita intracelular.
Drogas específicas são utilizadas no combate da Babesiose, sendo que podem ser eficazes no tratamento da doença, mas podem não eliminar totalmente o parasita do organismo. A reincidência da doença é muito comum.

Marco Antonio Omori - Estagiário
Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Orientador


BORDETELOSE



A bactéria Bordetella bronchiséptica é a causa primária da traqueobronquite infecciosa canina (tosse dos canis). Embora a tosse dos canis seja a manifestação clínica mais comum da bordetelose, uma broncopneumonia fatal pode ocorrer como resultado de infecções primárias e secundárias. As infecções mistas na tosse dos canis são comuns, possuem efeito sinergístico com a B. bronchiséptica e podem ter como agentes o vírus da Parainfluenza Canina (VPIC), adenovírus caninos dos tipos 1 e 2 (AVC-1 e AVC-2), herpes vírus canino, reovírus caninos dos tipos 1, 2 e 3, micoplasmas e ureaplasmas. Individualmente esses agentes causam uma doença muito suave ou são albergados na vias aéreas de portadores assintomáticos.A traqueobronquite infecciosa é altamente contagiosa e a transmissão ocorre por aerossóis, ou seja, gotas eliminadas na tosse e espirro de animais contaminados. Assim animais sadios em contato com animais doentes podem desenvolver a doença. É daí que surge a denominação tosse dos canis, pois a doença torna-se comum onde cães são confinados juntos como canis , lojas de animais etc.
Filhotes recém desmamados, animais imuno-deprimidos por motivos diversos (expostos a friagem, produtos químicos, alérgicos a ácaros, anêmicos, mal alimentados, estressados etc) são mais predispostos a desenvolverem a doença.
A maior ocorrência da doença ocorre no inverno, apesar de haver casos em qualquer época do ano.


PATOGENIA

O alvo primário do microorganismo é o epitélio das vias aéreas superiores. Ele se adere aos cílios desse epitélio em todos os níveis do trato respiratório. O resultado é uma lesão epitelial, uma inflamação aguda e uma disfunção desses cílios das vias aéreas. Um exsudato viscoso e purulento ocorre nas infecções mais graves resultando em rinite com corrimento nasal purulento no trato respiratório superior e em traqueobronquite com formação de tampões bronquiais e bronquíolos por exsudato celular no trato respiratório inferior. A infecção primária de cãezinhos lactentes por B. bronchséptica pode resultar em morte, devido a hipóxia resultante da obstrução dos bronquios e bronquíolos com exsudato purulento. A invasão bacteriana secundária do trato respiratório inferior pode causar broncopneumonia de risco à vida (mais comumente como infecção secundária à cinomose ou a outras infecções virais respiratórias).
SINTOMAS: Na forma mais branda da doença o sintoma mais comum e evidente é a tosse curta e repetida de tom seco. Frequentemente acompanhada de engasgos ou movimentos de esforço de vômito que podem ser confundidas com vômito ou sufocamento. Essa tosse torna-se mais frequente durante o exercício, excitação ou pressão sobre a traquéia. O cão come normalmente, permanece ativo, alerta e não apresenta febre. O curso clínico é geralmente de 7 a 12 dias.
A forma mais grave da doença resulta em infecções mistas em cãezinhos não vacinados provenientes de lojas, abrigo de animais, etc. A broncopneumonia bacteriana secundária parece ser o determinante da severidade da doença. A tosse torna-se produtiva devido a traqueobronquite acrescida de broncopneumonia. O cão, nesse caso, pode apresentar anorexia, depressão, febre, descarga nasocular (rinite e conjuntivite serosas ou mucopurulentas. Essa forma severa é difícil de distinguir da cinomose e pode algumas vezes ser fatal.
DIAGNÓSTICO: O diagnóstico da doença é feito através da observação da sintomatologia clínica e do histórico de algum antecedente de exposição a outros cães doentes. Os hemogramas e as citologias revelam achados inespecíficos. A cultura da bactéria não é relevante, pois a B. bronchiséptica pode estar presente nas vias aéreas de animais que são portadores assintomáticos da doença. A radiografia torácica é importante no caso da forma mais grave da doença que pode evoluir para uma broncopneumonia secundária.
TRATAMENTO: No caso da forma mais branda da doença, esta é auto-limitante em 7 a 14 dias, e cães com sinais suaves não exigem terapia específica. Em casos mais graves com o envolvimento do trato respiratório inferior o tratamento é feito através da administração de antibióticos diretamente no trato respiratório, seja por nebulização, seja por injeção intratraqueal para eliminação da B. bronchiséptica da área traqueobrônquica. Nesses casos gentamicina e canamicina são os antibióticos de escolha para tratamento por aerossol ou intratraqueal da bordetelose. O tratamento por aerossol ou injeção intratraqueal deve ser efetuado a intervalos de 12 horas no primeiro dia, e uma vez diariamente por 5 a 7 dias.
Antibióticos administrado por via parenteral podem ser efetivos no tratamento da pneumonia causada pela B. bronchiséptica , desde que doses elevadas sejam utilizadas por um período de 10 a 14 dias, ou mais. Quando os sintomas indicam pneumonia e enfermidade sistêmica, a antibioticoterapia deve ser iniciada através de antibióticos de amplo espectro, e alterada conforme a necessidade, quando resultados do isolamento do microorganismo e dos testes de sensibiladade estiverem disponíveis. Os antibióticos de escolha contra B. Bronchiséptica são: gentamicina, canamicina, cloranfenicol ou tetraciclina, ou também uma associação de trimetropim-sufadiazina (o tratamento deve Ter continuidade de no mínimo 14 dias para não ocorrerem recidivas).
Cães com tosses irritantes, secas, intermitentes e que não desaparecem dentro de 7 a 10 dias, podem necessitar de avaliações e tratamentos adicionais.
Além da antibioticoterapia, tratamentos podem ser necessários para supressão da inflamação e manutençãda desobstrução dos brônquis. Corticosteróides podem ser usados na redução da inflamação do trato respiratório, que pode ser promovida pela tosse persistente. Esses corticosteróides podem ser administrados por aerossóis ou injeção intratraqueal concomitante com antibióticos.
Drogas broncodilatadoras podem ser necessárias para o alívio dos broncoespasmos, e expectorantes podem ser benéficos para ajudarem a facilitar a eliminação das secreções do trato respiratório inferior, por meio de um escalador mucociliar funcional. A terapia antitussígena deve ser utilizada como reserva, e restrita a períodos de intensas exacervações, porque a completa eliminação da tosse pode propiciar a retenção e acumulo de muco bronquial e dos exudatos , com maior favorecimento do problema.
PREVENÇÃO: A melhor maneira de prevenir a doença é através da vacinação. A imunização de filhotes é feita a partir de 2 meses de idade com uso de vacinas intranasais que protegem a mucosa nasal dos animais, e com revacinação anual. Há também a imunização feita com vacinas injetáveis que não protegem a mucosa nasal e não protegem contra adenovírus tipo 2. Essa vacina é aplicada em 2 doses com intervalo de 15 dias.
No inverno, é importante evitar banhos frequentes, principalmente em animais idosos. E não deixar os cães expostos à friagem, principalmente os de raças de pelo curto que sentem muito frio. Manter distancia de cães infectados é também importante.
A desinfecção pode ser feita com hipoclorito de sódio diluído, por clorexidina ou por cloreto de benzalcônio, nas instalações contaminadas.No caso de canil, assegure ventilação apropriada de pelo menos 12 trocas de ar por hora.

Renata Moris Domenico - Estagiária Anjovet

Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Orientador


CALICEVIROSE


A calicevirose é uma doença infecciosa do trato respiratório superior dos gatos. O agente causador da patologia é um vírus altamente contagioso chamado calicevirus felino (CVF). Junto com o herpesvirus felino I (HVF-1), o calicevirus felino é responsável por mais de 80% dos casos de moléstias respiratórias em gatos.A transmissão do vírus é realizada por contato direto entre animais, principalmente recém-nascidos, pelo fato de possuírem baixa imunidade. É também realizada através dos fômitos (gaiolas, tigelas de comida, cobertores e brinquedos contaminados), e por portadores assintomáticos do CVF, que podem eliminar o vírus durante meses ou até mesmo por anos.
O vírus pode se manifestar de duas formas. Uma forma branda, onde os sintomas da calicevirose geralmente se limitam à cavidade oral, passagens nasais e à conjuntiva. Os primeiros sinais que aparecem são anorexia, pirexia, depressão suave, mal-estar, rinite leve e conjuntivite moderada . Ulcerações orais e em ponta de nariz são comuns.A outra forma é mais virulenta (pneumotropica), e causa pirexia, anorexia, depressão severa e pneumonia intersticial viral. Essa forma da doença é especialmente grave em gatos recém-nascidos, apresentando alta mortalidade.
Para se diagnosticar a patologia, é necessária a realização da avaliação dos sinais clínicos, mas a confirmação definitiva depende do isolamento do CVF em cultura de tecido em monocamada, de materiais obtidos da orofaringe.
O tratamento da doença em animais com sinais respiratórios brandos deve ser feito fora das instalações hospitalares para se evitar a disseminação do vírus. Infecções bacterianas secundárias são tratadas com antibióticos como a ampicilina (20 mg/Kg, t.d.i., via oral por 7 a 10 dias). Animais com anorexia necessitam receber uma suplementação de vitaminas (vitamina A e complexo B). As ulcerações orais não requerem tratamento, pois a maioria cura-se espontaneamente. É recomendado que os gatos sejam mantidos em ambientes limpos e aquecidos. O uso de vaporizadores se faz necessário para soltar o muco e desobstruir as vias aéreas entupidas. O animal tem que ser mantido hidratado com fluidos orais ou administração subcutânea de solução eletrolítica isotônica.
Gatos com pneumonia grave podem necessitar de hospitalização e tratamento intensivo com administração de soluções eletrolíticas equilibradas, broncodilatadores, mucolíticos e oxigenioterapia. Antibióticos são recomendados para o controle de infecções bacterianas secundarias. No caso de anorexia prolongada, o animal tem que ser entubado e receber alimentação entérica para suporte nutricional.
A prevenção da infecção respiratória por CVF é feita por meio de vacinas que oferecem uma proteção boa contra o calicevirus. Para se controlar a disseminação da doença em gatis, deve se levar em conta uma série de medidas: Vacinação de todos os gatos rotineiramente, evitar a chegada de gatos provenientes de fontes infectadas, desmame dos filhotes entre quatro e cinco semanas e cria-los em isolamento, evitar a superpopulação, ventilação adequada, controle da umidade em cerca de 50%, e fômites separados.

Luiz Gustavo Fabris – Estagiário
Dr. Sidney Piesco de Oliveira – Orientador

CINOMOSE


A cinomose é uma doença viral que está mundialmente distribuída, afetando muitos carnívoros e os cães domésticos.A transmissão da doença se dá através da eliminação do vírus por todas a secreções e excreções corporais de um animal doente e a inalação do vírus por outro animal não imunizado.
Os sintomas variam muito de um animal para o outro, podendo ser: prostração, anorexia, hipertermia, secreção nasocular purulenta, pneumonia, emese, diarréia. Com a evolução da doença, esta pode atingir o sistema nervoso e causar encefalomielite aguda, subaguda ou crônica. Porém, em alguns cães, principalmente os adultos, os sintomas de acometimento do SNC podem aparecer como única manifestação da doença. Podem surgir mioclonias, convulsões, distúrbios da andadura e alterações de comportamento devido à desmielinização ou destruição completa de neurônios. A hipoplasia do esmalte dentário pode ocorrer em animais jovens. A hiperceratose e pústulas em regiões glabas podem ocorrer em menor proporção.O diagnóstico é feito através de sinais clínicos, hemograma, ou análise do fluido cerebrospinal. A detecção de corpúsculos de inclusão virais intracitoplasmáticos em linfócitos durante o hemograma é muito importante para a conclusão do diagnóstico.
O tratamento é feito através da detecção e combate aos sintomas, especialmente a pneumonia e a perda de fluidos através da emese e diarréia. A utilização de imunoestimulantes e soros com anticorpos é questionável e por vezes onerosa para o proprietário. O fenobarbital deve ser utilizado em casos de convulsões.
A prevenção deve ser feita através de vacinação com produtos de boa qualidade administrados por seu Médico Veterinário de confiança.

Dr. Sidney Piesco de Oliveira


CLAMIDIOSE FELINA


Chlamydia psittaci foi isolada pela primeira vez em 1942 nos Estados Unidos. Essa foi a primeira patogenia respiratória isolada de um gato.Chlamydia sp pode ser encontrada em combinação com herpesvirus felino e calicivirus felino. As observações clínicas indicam que a clamidiose é uma doença primariamente conjuntival, podendo evoluir para doença respiratória.

PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS:
A Chlamydia sp se multiplica no citoplasma das células do epitélio conjuntivo, causando a sua ruptura e liberando organismos que irão infectar outras células epiteliais. Os gatos adultos podem apresentar a infecção, porém a doença aparece mais freqüentemente em filhotes e gatos jovens. Os filhotes são mais afetados entre 1 mês e três meses de idade, e podem apresentar episódios recorrentes de conjun- tivite. O período de incubação pode chegar a 10 dias. No início apresenta-se somente uma leve descarga ocular serosa e blefaroespasmo, evoluindo para uma descarga ocular purulenta bilateral, corrimento nasal também purulento e espirros ocasionais. A hipertermia pode estar presente durante vários dias no estágio inicial. A conjunti- vite pode persistir por 2 meses ou mais. Viroses respiratórias podem agravar o quadro de infecção por Chlamydia sp e concomitantemente agravar a conjuntivite. A infecção por Chlamydia sp já foi relatada em mucosa gástrica e trato genital, mas o significado clínico permanece desconhecido.

EPIDEMIOLOGIA:
A clamidiose é transmitida entre os gatos por contato direto com as descargas nasais e conjuntivais . A Chlamydia sp pode também ser excretada através das fezes e flui- dos vaginais.
DIAGNÓSTICO: O diagnóstico pode ser realizado através de culturas de swab conjuntival, teste de ELISA e pesquisa de anticorpos, além da observação clínica e histórico do animal.
TRATAMENTO:As tetraciclinas são consideradas as drogas de eleição para o tratamento da clami- diose felina. A doxiciclina, recentemente introduzida no meio veterinário, apresenta a vantagem da aplicação única ao dia. A antibioticoterapia deve persistir por 2 sema- nas após o desaparecimento de todos os sintomas. Se o animal afetado estiver em contato com outros gatos, todos os contactantes deverão receber o mesmo trata- mento.

PREVENÇÃO: Um manejo adequado deve ser seguido para prevenir a infecção local por Chlamydia sp. Todos os animais novos que serão introduzidos em um ambiente contendo outros gatos deverão passar por um isolamento de pelo menos 6 semanas.
Uma vez que a epidemia se instalou no ambiente, a infecção pode persistir por meses ou anos.
CONTROLE:

1. Tratamento de todos os animais infectados e contactantes.
2. Vacinação - Vacina quádrupla felina.
3. Manejo adequado e boa higiene geral.


DEMODICOSE CANINA


Demodicose, uma patologia muito comum em cachorros, é causada pelo ácaro Demodex canis, que é encontrado nos folículos pilosos dos cães. O Demodex canis alimenta-se da secreção sebácea e das células epiteliais dos folículos pilosos.

A transmissão do ácaro ocorre por contato direto logo nos primeiros dias do período pós-natal. A infecção em animais adultos é considerada extremamente rara. Quando isso acontece, é devido a uma imunoincompetência ou hipotireoidismo do animal. Existe também uma predisposição hereditária para a doença.O Demodex canis é encontrado na pele de muitos cães sem que cause a doença. No entanto, uma explosão populacional do ácaro é responsável pelo início da demodicose canina.
Existem dois tipos de demodicose: a demodicose localizada e a demodicose generalizada.
A demodicose localizada é a forma mais comum da doença. Nela os ácaros causam danos nas hastes dos pelos, fazendo com que eles caiam, resultando em lesões redondas de alopecia com descamação e eritema moderado. O prurido é leve ou inexistente. Os locais mais afetados são a cabeça e as patas dianteiras, mas podem ser detectadas feridas no tronco e nas patas traseiras.
Na maioria dos casos de demodicose localizada, o animal se cura sozinho devido à sua resposta imunitária.
A demodicose generalizada é a forma mais grave da doença, e ocorre por causa de uma deficiência hereditária dos linfócitos T do hospedeiro. A doença se apresenta como uma dermatite crônica com liquenificação, descamação, formação de crostas, hiperpigmentação, piodermatite severa e alopecia. Seborréia e polilinfadenopatia são comuns. Aparecem infecções micóticas profundas e infecções bacterianas atípicas. Não é raro a ocorrência de animais com pirexia e perda de peso.
Lesões podais são excepcionalmente severas e de tratamento difícil. A pododemodicose entra em remissão somente com a terapia de rotina e doses elevadas de agentes antibióticos sistêmicos. A otodemodicose é um fato raro.Para se diagnosticar a demodicose canina, é necessário a raspagem da pele do animal com suspeita da doença para análise no microscópio. Ácaros adultos, larvas, ninfas e ovos denunciam a patologia. Se estiver ocorrendo piodermatite é necessário a realização de culturas bacterianas. Para suspeita de desordens imunossupressivas e hipotireoidismo os exames laboratoriais específicos estarão indicados.
No tratamento da demodicose generalizada os animais são tosados, a seborréia é tratada com xampus específicos e a piodermatite é tratada com antibióticos durante um período mínimo de seis semanas.
Os ácaros são erradicados com aplicações diárias de amitraz (4ml de uma solução estoque a 12,5% em um litro de água) em metade da superfície corporal a cada dia, até não serem encontrados durante um período de duas semanas.Aproximadamente 70% dos cães com demodicose generalizada são curados por essa terapia.Coleiras dermatológicas, específicas para sarna demodécica, já estão no mercado e são uma ótima opção no tratamento da demodicose.Na demodicose localizada, o tratamento é recomendado para evitar a progressão da doença.O uso de ivermectin não tem eficacia comprovada.

Luiz Gustavo Fabris - Estagiário
Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Orientador

ERLICHIOSE


Erlichiose é uma enfermidade septicêmica bastante comum em cães e é transmitida por carrapatos. O Rhipicephalus sanguineus é o vetor usual da doença que afeta as células sanguíneas brancas (monócitos e neutrófilos). Essa enfermidade ocorrre com maior frequencia no verão, onde as condições climáticas favorecem a proliferação do carrapato, embora possa ocorrer durante o ano todo.
O período de incubação da doença, ou seja, desde a inoculação do agente até o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos, varia de 7 a 21 dias.
Os sintomas mais frequentes e característicos são febre recorrente, perda de apetite, perda de peso, fraqueza, depressão, secreção mucopurulenta nazal e ocular, vômito fétido, emaciação e aumento do baço, podendo aparecer aumento generalizado dos linfonodos. Em alguns casos, observam-se pústulas axilares. Alguns animais podem apresentar hiperestesia, convulsões, histeria e paralisia. Ocorrem lesões erosivas na mucosa bucal e pele, edema dos membros posteriores, ascite e gastroenterite.
O curso da doença, sem tratamento, é desfavorável, com uma alta mortalidade principalmente quando a erlichiose está associada a outras doenças como a babesiose.
O diagnóstico é baseado na suspeita clínica e confirmado através de esfregaços sanguíneos corados onde será observada a presença do parasita.
O tratamento resulta em cura na maioria dos casos clínicos e deve ser monitorado pelo clínico veterinário.
Como forma de combate a essa enfermidade deve-se evitar a infestação de carrapatos no ambiente e no cão. Medicamentos devem sempre ser administrados sob a responsabilidade do Médico veterinário.

Marco Antonio Omori – Estagiário
Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Orientador

Hiperadrenocorticismo


Hiperadrenocorticismo, ou Moléstia de Cushing, é causada por um excesso de glicocorticóides. A doença pode aparecer tanto por uma administração excessiva e prolongada de glicocorticóides (hiperadrenocorticismo iatrogênico), como de formas espontâneas.

As formas espontâneas da patologia são: hiperadrenocorticismo dependente da pituitária (HDP) ou um tumor adrenocortical funcional.
No hiperadrenocorticismo dependente da pituitária, a glândula pituitária sofre com uma hiperplasia bilateral conseqüente do córtex adrenal que secreta, excessivamente, o hormônio adrenocorticotropico (ACTH). Essa forma da doença responde por aproximadamente 80% dos casos de hiperadrenocorticismo dependente da pituitária. Cerca de 20% são causados por um tumor pituitário funcional. Alguns casos se devem a um defeito na regulação hipotalâmica e ao sistema feedback negativo.
Tumores adrenocorticais funcionais são quase sempre unilaterais e envolvem a glândula direita, podendo ser benignos ou malignos. Nesse caso ocorre uma atrofia do tecido adrenocortical não-neoplásico.
Cães da raça Boston terriers, Silky terriers, Poodles miniaturas, Boxers e Dachshunds apresentam uma predisposição genética para desenvolver a doença. No HDP não existe predisposição sexual, mas os tumores adrenocorticais acometem mais as fêmeas. Quanto maior a idade do animal maior a chance de adquirir a moléstia.Os sinais clínicos mais comuns são: polidipsia, poliúria, redução da massa muscular, abdômen penduloso, hepatomegalia, letargia e alopecia.
Outros sintomas que podem aparecer são a debilidade, hipertrofia clitoriana em cadelas, atrofia testicular em machos, sinais neurológicos decorrentes de tumores pituitários e osteoporose. Infecções oculares e do trato urinário já foram descritos. Diabetes ocorre em aproximadamente 15% dos casos.
A pele pode apresentar alopecia bilateralmente simétrica envolvendo o tronco, dorso, peito e abdômen. Em alguns casos a alopecia focal é o único sinal clínico. O prurido não é comum, mas quando acontece está associado à presença de uma infecção bacteriana secundária da pele, anormalidades seborréicas, demodicose e/ou calcinose cutânea. Os pêlos que sobram ficam ressecados, sem brilho e quebradiços. A pele fica desidratada e permanentemente enrugada, suscetível a infecções bacterianas e dificuldade de cicatrização.Os vasos subcutâneos no abdômen ventral tornam-se visíveis. Surgem comedões ao redor dos mamilos e na parte ventral do tórax e abdômen.
Em cerca de 40% dos casos, aparece a calcinose cutânea (mineralização distrófica) no dorso e na região inguinal e axilas.Para se firmar o diagnostico é necessário considerar a história e sinais clínicos do animal, assim como proceder a exames laboratoriais como a bioquímica sérica, hemograma e testes da função adrenal (teste de resposta ao ACTH e de supressão da dexametasona).
Se a moléstia não for causada por um tumor na adrenal o tratamento é feito com Lysodrenâ.
As infecções bacterianas secundarias da pele necessitam de terapia antibacteriana sistêmica de longa duração. Em animais que desenvolvem sarna demodécica, banhos semanais de Amitraz são recomendados.

Luiz Gustavo Fabris – Estagiário
Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Orientador


HIPOADRENOCORTICISMO


Descoberto por Thomas Addison em 1855, o hipoadrenocorticismo é uma síndrome resultante da deficiência da camada cortical da glândula adrenal em seu processo de secreção de glicocorticóides e mineralocorticóides, fazendo com que haja uma insuficiência adrenocortical e uma conseqüente atrofia desta glândula. O cortisol e a corticosterona são importantes para o metabolismo dos carboidratos e são importantes produtos secretados pela córtex adrenal, sendo por isso indispensáveis suas admnistrações após a presença da doença.

Etiologia

Há dois tipos de insuficiência adrenocortical: a primária e a secundária, sendo esta última subdividida em espontânea e iatrogênica.A insuficiência adrenocortical primária, pode ser também classificada por atrofia idiopática ou imunomediada e ocorre quando o animal está imunodeprimido (com a defesa baixa do organismo). Há como conseqüência, uma lesão histopatológica da glândula decorrente do desequilíbrio de sal, potássio e glicocorticóides do organismo, observada com maior frequência em cães. Nesse caso, a glândula pituitária (controlada pela hipófise na secreção do ACTH), está normal.
A insuficiência adrenocortical secundária espontânea, ocorre quando há uma afecção na glândula pituitária, reduzindo assim a secreção do principal hormônio trópico dito anteriormente, o ACTH. A baixa produção deste, causa atrofia das corticais adrenais, resultando numa queda de síntese e secreção dos hormônios adrenocorticais, em especial os glicocorticóides.
A insuficiência adrenocortical secundária iatrogênica, ocorre com a administração exógena de corticosteróides. Qualquer animal que esteja recebendo cronicamente quantidades de corticosteróides suficientes para a diminuição da secreção do ACTH pela pituitária, pode obter uma atrofia da glândula, ou seja, se o animal está em tratamento com cortisona, a glândula adrenal diminui a sua secreção e quando ele pára repentinamente com esse tratamento, a glândula já está atrofiada, tendo este cão que ser tratado com doses de corticosteróides exógenas, antes produzidas pela glândula. Essas aplicações podem ser injetáveis, orais ou tópicas.

Sintomatologias Gerais
O hipoadrenocorticismo é um distúrbio endócrino raro no cão e extremamente raro no gato. É mais comum em fêmeas e em cães jovens e de meia idade.A maioria dos animais com a afecção, podem apresentar problemas gastrointestinais, vômito, letargia e falta de apetite. O cão que se estressa facilmente, têm o nível de potássio mais elevado, a ponto de interferir com o coração.Os animais também apresentam distúrbios renais e infecciosos. Anemia e anorexia, languidez, hipotermia e debilidade cardíaca são comuns. As fezes apresentam-se em consistência mole e o animal fica depressivo, fraco e com dores abdominais.
O animal possui poliúria, ou seja, urina excessiva, com elevada perda de sódio, levando-o à desidratação. Esse sódio pode ser reposto por soluções salinas retais ou orais.A causa dos tremores ou calafrios é expressão de fraqueza muscular resultante da perda de sódio plasmático.O hipoadrenocorticismo pode estar associado à diabetes mellitus, distúrbios tireoidianos, hipoparatireoidismo, insuficiência gonadal primária e anemia.A doença pode ser detectada com eletrocardiograma, onde o animal apresenta bradicardia.
A fibrilação atrial associa-se à taquicardia, causando fraqueza, letargia, anorexia e perda de peso.

Tratamento: Essa doença pode ser diagnosticada com a correção de desequilíbrios eletrolíticos, dosando o sódio e o potássio. É tomada uma amostra de sangue para determinação das concentrações séricas dos eletrólitos e das concentrações plasmáticas de cortisol.
A hipercalemia é a alteração mais importante e deve ser detectada pelo eletrocardiograma.
Outras alterações importantes são a hipotensão, a hipovolemia, a hiponatremia e a hipocloremia, as quais são melhor corrigidas com soluções salinas.Visto que a morte pelo hipoadrenocorticismo é freqüentemente atribuída ao colapso vascular e ao choque, a rápida correção da hipovolemia é a primeira prioridade.É indispensável o fornecimento de fontes de glicocorticóides.
O animal apresenta-se com acidose metabólica, sendo que esta não precisa de terapia, já que o bicarbonato de sódio, faz sua devida correção.
Prognóstico: O prognóstico em cães com hipoadrenocorticismo tem sido excelente, quando usada a terapia oral. Tais cães têm levado vidas normais, com pouca ou nenhuma restrição. Todos os donos devem ter glicocorticóides à mão em momentos de tensão do animal. Os veterinários devem saber da importância de glicocorticóides em animais hipoadrenais que sofrem cirurgia, ou durante momentos de enfermidades não necessariamente ligadas à adrenal.

Patrícia Maria Passarelli - Acadêmica -UMESP
Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Orientador - Anjovet

LEISHMANIOSE


A Leishmaniose, causada por parasitas intracelulares do gênero Leishmania é endêmica na América do Sul, assim como no Oriente Médio, Extremo Oriente , Mediterrâneo e Estados Unidos. A transmissão se dá através da picada de mosquitos infectados do gênero Phlebotomus nos países europeus, e do gênero Lutzomia nas Amércas. Os cães são os mais afetados, podendo ocorrer casos isolados em gatos.

A Leishmaniose é uma doença sistêmica que pode apresentar sinais clínicos restritos somente à pele e membranas mucosas.O quadro clínico é caracterizado por hipertermia, prostração, anorexia, palidez, tosse, hepatomegalia, esplenomegalia, perda acentuada de peso, dor abdominal, e podendo também apresentar icterícia nos casos mais graves. As infecções secundárias estão geralmente presentes, assim como os distúrbios hemorrágicos. Na forma cutânea as lesões variam muito, sendo mais comum uma dermatite esfoliativa nas pinas, face e patas. Nódulos, crostas, erosões, e úlceras podem estar presentes. O prurido geralmente está ausente.O diagnóstico é firmado através dos aspectos clínicos característicos, imunofluorescência indireta, biópsia de linfonodos ou da medula óssea, hemograma.
O diagnóstico diferencial deve ser com Sarna Demodécica, Sarna Sarcóptica, Lúpus eritematoso, Dermatofitose.O tratamento pode ser feito com antimonato de meglumina em injeções diárias por um período de quatro semanas, porém a recomendação atual é o sacrifício dos cães contaminados em regiões de epidemia da doença.Estaremos apresentando um novo tema a cada quinze dias. Envie-nos sua sugestão.



ETIOLOGIA E TRANSMISSÃO:


A Leptospirose é uma zoonose causada por uma bactéria chamada Leptospira. É rara em gatos e bastante comum em cães não vacinados.Os ratos funcionam como reservatórios da bactéria, ou seja, são disseminadores da doença. São eles que através de sua urina contaminada acabam deixando doentes cães e até mesmo pessoas que adquirem a espiroqueta (forma da bactéria jovem) através da pele ou mucosas. A trasmissão ocorre então através do contato da pele e mucosas com urina, solo, água, alimentos , objetos contaminados, placenta da mãe para o feto, transmissão venérea ou por ferimento de mordedura.O maior número de casos ocorre no verão e início do outono.Os animais contaminados podem desenvolver a doença de forma aguda ou serem apenas portadores da mesma, podendo ficar nessa condição durante longos períodos ( de 1 a 4 anos).

PATOGENIA: Após penetrarem pela pele ou mucosas as espiroquetas vão para a circulação sanguínea e geram um quadro de leptospiremia atingindo assim rins, fígado e outros sistemas orgânicos. Essas espiroquetas liberam toxinas capazes de causar necrose (morte) tecidual.
Geralmente isso acontece de 4 a 12 dias após a contato inicial.
SINTOMAS: Podem aparecer repentinamente ou serem latentes ( quase imperceptíveis ). Geralmente estão associados ao fígado, rins e vasculatura. Os primeiros sinais da doença costumam ser: anorexia (falta de apetite), vômitos e febre. Mais tardiamente apresentam-se gastrenterite hemorrágica ( vômitos e diarréia com sangue), mialgia ( dor muscular), poliúria , polidipsia, estomatite necrosante, icterícia, dor renal, desidratação, congestão das mucosas, colapso vascular e morte. Mais raramente podem desenvolver meningite e fêmeas prenhes podem abortar.
DIAGNÓSTICO: Hemograma, bioquímica sanguínea e urinálise descrevem as alterações compatíveis com as lesões causadas pela leptospira no sangue, fígado e rins. A sorologia sanguínea constitui o meio de diagnóstico mais eficiente e prático adotado atualmente. Deve-se então associar os sinais clínicos com os testes laboratoriais para confirmar o diagnóstico.
TRATAMENTO: Doses maçicas de Penicilina e Diidroestreptomicina devem ser associadas. A Penicilina deve ser usada na dose de 40.000 UI/kg, de 12 em 12 horas durante 10 dias. Já a Diidroestreptomicina deve ser usada na dose de 15 mg/kg, de 12 em 12 horas durante 15 dias. A Diidroestreptomicina é recomendada para acabar com a Leptospira dos rins, impedindo assim, que o animal infectado dissemine a bactéria pela urina..
PREVENÇÃO: A vacinação dos cães é o fator mais importante na prevenção da doença. Os filhotes de 60 dias de idade deverão ser vacinados contra a leptospirose, repetindo-se então mais duas doses subsequentes (uma a cada 30 dias). A partir disto os mesmos deverão receber o reforço semestral , em regiões onde ocorrem o maior número de casos, ou reforço anual em regiões menos propensas à doença.
A desinfecção de ambientes onde existem ratos deve ser feita diariamente utilizando desinfetantes potentes, impedindo assim o contato dos animais e das pessoas com a urina contaminada dos ratos.
Deve-se evitar deixar restos de alimentos ou mesmo ração expostas no ambiente para impedir a proliferação dos ratos.E lembrem-se, animais doentes ou suspeitos de contaminação não devem ser vacinados sem antes serem consultados por um médico veterinário.

Lucine Guerra Janiak - MV
CRMV 10.969-SP
Clínica Veterinária Anjo da Guarda

MIÍASE


ETIOLOGIA

A miíase, ou bicheira (nome popular), é uma infestação de larvas de mosca que ocorre principalmente em animais mantidos fora de casa, e animais que se mostram incapazes de fazer sua higienização ou por serem idosos ou por estarem enfermos. Além disso, animais com enterite e contaminação perineal também são vítimas. Os agentes etiológicos dessa doença são moscas pertencentes a espécies dos gêneros Cuterebra, Calliphora e Sarcophaga. Os califorídeos depositam seus ovos em aglomerados, nas lesões cutâneas úmidas, já os sarcofagídeos depositam larvas diretamente sobre a pele. As larvas provocam destruição da pele, escavam tecido cutâneo e migram para os locais corporais preferidos. As áreas geralmente envolvidas incluem a região cervical ventral e as regiões inguinal do quarto posterior e axilar. A incidência é mais alta no verão e no outono.

SINAIS CLÍNICOS: Os animais podem apresentar dor, relutar em se mover ou claudicar.
No exame clínico, encontram-se presentes um ou mais inchaços subcutâneos firmes e fistulados. Frequentemente se observam as larvas na fistula, circundadas por tecido necrosado. Na disposição dos ovos ou larvas de moscas nas lesões cutâneas úmidas, comumente está presente uma ferida aberta com odor freqüentemente fétido e característico.As infecções bacterianas secundárias das lesões são comuns e se caracterizam por um macerado, por fístulas e úlceras. É visível grande quantidade de larvas. Os animais podem apresentar sinais de enfermidade sistêmica em decorrência da toxemia.As larvas também podem envolver o olho, isso é conhecido como oftalmiíase.A infestação severa com larvas cuterebriades múltiplas pode causar debilitação extrema e morte.Larvas de moscas cuterebral também podem ser encontradas no cérebro de cães e gatos com sintomas neurológicos. Nestes hospedeiros anormais, a infecção se faz por uma larva migratória. As larvas normalmente maturam no tecido subcutâneo, mas podem fazer migração ectópica até o cérebro.

DIAGNÓSTICO: O diagnóstico baseia-se em uma história de abrigo fora de casa, sinais clínicos e presença de larvas nos ferimentos.

TRATAMENTO: O tratamento consiste na remoção das larvas intactas com pinças hemostáticas. Essa remoção deve ser realizada por um médico veterinário, pois apesar de parecer simples, necessita de vários cuidados, inclusive a utilização de agentes anestésicos. Deve-se evitar a ruptura da larva, podendo aplicar topicamente éter para anestesiar as larvas antes da remoção, facilitando a retirada. Deve-se debridar completamente os ferimentos de tecido necrosado. Esses debris tissulares deverão ser removidos pela lavagem das feridas com uma solução de peróxido de hidrogênio ou de povidona iodada duas vezes ao dia, até que o problema tenha sido resolvido. Podem ser mantidos cuidados auxiliares, o tratamento da ferida local e o uso de antibióticos sistêmicos.
PREVENÇÃO: Em animais mantidos fora de casa, o proprietário deve estar atento à presença de ferimentos. E quando estes existirem tratá-los para evitar que moscas pousem na lesão.
Além disso, é aconselhável a limpeza e desinfecção do ambiente para evitar a presença desses insetos.
Alguns medicamentos ministrados por via oral estão sendo testados com ótimos resultados para a prevenção da miíase.

Renata Moris Domenico - Estagiária Anjovet
Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Orientador


OSTEOCONDRITE DISSECANTE DA CABEÇA DO ÚMERO


A osteocondrite dissecante da cabeça do úmero é uma condição patológica da cartilagem articular decorrente de distúrbios da ossificação endocondral, ou seja, essa condição ocorre devido a fragmentos de cartilagem que se destacam parcial ou totalmente da porção centro-caudal da cabeça umeral e vão se alojar na porção caudo-ventral da bolsa sinovial, no fundo da capsula articular .Essa condição afeta mais os machos do que as fêmeas e tem predisposição por certas raças associadas ao desequilíbrio nutricional durante os primeiros meses de vida, assim como a traumas da articulação.O diagnóstico é baseado no histórico clínico, nas radiografias, e no exame físico. Deve se fazer o diagnóstico diferencial de: não união do processo ancôneo, panosteite, disparidades do crescimento radio-ulnar. Devemos tentar diferenciar fragmentação do processo coronóide da osteocondrite dissecante da cabeça do úmero, pois as alterações radiográficas não se tornam evidentes antes que o animal tenha de 7 a 8 meses de idade.
O procedimento cirúrgico, a osteocondroplastia, visa remover todos os fragmentos de cartilagem da lesão, através da exposição da articulação escápulo-umeral e curetagem da porção lesada.Os animais ideais para a cirurgia são animais jovens com regiões de necrose pequenas e nenhuma artrite. Já os cães idosos que possuem grandes regiões de necrose e artrite severa não irão se beneficiar com a cirurgia.
Os possíveis tratamentos não-cirúrgicos ainda estão sendo testados, porém nenhum conseguiu demostrar eficácia comprovada na melhora da condição do animal.

Dr. Sidney Piesco de Oliveira – Orientador
Tatiana de Almeida Pavão – Estagiária


OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA


Osteodistrofia hipertrófica (ODH) é uma doença óssea que afeta principalmente cães jovens de grande porte e gigantes.Não se conhece o agente etiológico da osteodistrofia hipertrófica. As hipóteses mais prováveis são as de distúrbios nutricionais, hipovitaminose C, e hipersuplementação vitamínica e mineral.
Os sintomas da patologia aparecem entre três e sete meses de idade. Os sinais clínicos são tumefação dolorosa leve a moderada nas metáfises, principalmente na parte distal do radio e ulna e da tíbia. Ocorre claudicação que varia entre suave a total falta de sustentação do peso do corpo. Pirexia de até 41,1ºC, anorexia, perda de peso e depressão são freqüentes. Os machos são mais afetados que as fêmeas. A doença pode desaparecer espontaneamente do organismo, ou progredir para um estado mais grave, que causa deformidade óssea e morte.O diagnostico da osteodistrofia hipertrófica é feito a partir do histórico dos sinais clínicos do animal e palpação das metáfises afetadas que ficam quentes, inchadas e doloridas. Exames laboratoriais não revelam o quadro da doença.Radiograficamente as alterações ocorrem nas metáfises dos ossos longos e geralmente são bilateralmente simétricas. Aparecem como faixas radiotransparentes anormais no interior das metáfises. Mandíbula, escapula e costelas também podem ser afetadas. A lesão radiográfica característica é a esclerose generalizada.Na parte distal do radio e da ulna, devido a uma maior velocidade de crescimento ósseo, as anormalidades são mais evidentes. A doença progride formando um novo osso periostal em torno da metáfise, que pode até envolver toda a diáfise. Pode-se observar a tumefação do tecido mole sobre a área de proliferação óssea.Não existe tratamento especifico para a osteodistrofia hipertrófica. Deve-se corrigir os desequilíbrios dietéticos e reduzir o consumo calórico. Administração de analgésicos não-esteroides são recomendados para aliviar o desconforto. Animais severamente afetados devem ser alimentados através de sonda de faringostoma ou de gastrotomia. Fluidos parenterais são indicados para evitar a desidratação.

Luiz Gustavo Fabris – Estagiário
Dr. Sidney Piesco de Oliveira – Orientador

 
Osteossarcoma


O osteossarcoma é um tumor maligno metastático também chamado de sarcoma osteogênico, que geralmente afeta os ossos de membros de cães de raças de porte grande à gigante, acima de 15 Kg. Pode ocorrer também o acometimento de ossos do esqueleto axial como os ossos do crânio, costelas, vértebras e pelve.Normalmente ocorre metástase para os pulmões, sendo este o local mais comum, podendo ocorrer em outros órgãos.
Sinais clínicos: Os animais com este tipo de tumor irão apresentar claudicação, dor e um inchaço evidente devido ao tamanho do tumor. Com a dor o animal pode apresentar outros sinais como a perda de apetite e conseqüente perda de peso, gemidos, choro e irritabilidade.
Etiologia: Ainda não é possível conhecer a etiologia deste tumor, porém existe a possibilidade de haver uma predisposição por parte do animal, como observamos na raça Rottweiler.
Diagnóstico: O diagnóstico é feito a partir de uma radiografia e exames histopatológicos (biópsia).
Na biópsia, será identificada a quantidade de osteóide que é uma matriz colagenosa que se transformará em osso e ainda pela visualização dos osteoblastos que são células responsáveis pela produção do osso. O diagnóstico dependerá das características destes osteoblastos. Na radiografia observaremos áreas de destruição e reabsorção óssea.
Tratamento: No caso de osteossarcoma de membros (osteossarcoma apendicular) é recomendada a amputação do membro afetado. Esse procedimento irá remover não só o tumor como também a dor, proporcionando uma qualidade de vida melhor para o animal.
O animal tratado somente com a cirurgia normalmente tem uma expectativa de vida média de 4 a 6 meses.
A causa mais comum da morte é a metástase. Por essa razão, é recomendada também a quimioterapia preventiva, sendo que a cura destes animais é bastante improvável, mas poderá aumentar a sobrevida do animal para 1 ano. Os animais normalmente são bem tolerantes ao tratamento, podendo haver náuseas e vômitos ocasionais.Nos casos de osteossarcoma axial, ou seja, tumor em ossos que não sejam dos membros, a remoção cirúrgica completa não é possível devido a localização do tumor e a possibilidade de reincidência do tumor no local . A sobrevida nestes casos é estimada em 4 a 5 meses.
Sendo assim, a terapia será direcionada para o controle local do tumor, sendo melhor a terapia de radiação. Em casos de metástases deste osteossarcoma pode ser indicada a quimioterapia.Além disso, tanto para o osteossarcoma apendicular como o axial, podem ser tomadas algumas medidas paliativas com o intuito de aliviar a dor e sintomas do tumor melhorando assim a qualidade e o tempo de vida do animal.

Mércia Viviane Augusto de Oliveira - Estagiária Anjovet - Graduanda UNG - SP
Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Orientador

Panleucopenia



Etiologia e Transmissão: A Panleucopenia é uma doença felina que origina um quadro hemático, tanto com a diminuição do número de leucócitos (leucopenia) como também desaparecimento dos granulócitos (agranulocitose), enquanto pode se notar relativa linfocitose (aumento relativo dos glóbulos brancos denominados linfócitos).Pode ocasionar grandes perdas, uma vez que é uma doença infecciosa causada por um vírus de fácil transmissão (Parvovirus felino).A Transmissão se dá por partículas de secreções infectadas suspensas no ar ambiente e por ingestão oral.Por ser muito resistente à degradação ambiental, o vírus pode permanecer no ambiente em condições favoráveis por meses ou anos.
Patogenia: O Parvovirus felino prefere multiplicar-se em células que se dividem rapidamente, principalmente no epitélio intestinal, na medula óssea e células linfóides.
O período de incubação é relativamente curto e pode variar entre dois dias e uma semana.
Sintomas: Os sintomas apresentados incluem anorexia, vômito, diarréia (com aspecto mucoso podendo conter estrias de sangue) e febre. Com a palpação do abdômen é possível notar sensibilidade na região. As mucosas do animal enfermo, como conjuntiva e mesmo da boca, apresentam-se anêmicas (pálidas). Devido a lesões inflamatórias podemos notar ulcerações principalmente nos bordos da língua.
Diagnóstico: O diagnóstico é realizado mediante exame de sangue do animal enfermo, principalmente pela contagem diferencial (hemograma) dos diversos tipos de glóbulos sangüíneos. Existem casos de animais que apresentaram menos de 1.000 leucócitos (glóbulos brancos em geral) por mm3 e ausência quase total de granulócitos. Um quadro hemático tão alterado impossibilita o organismo de se proteger do vírus. Cifras tão baixas são acompanhadas de temperaturas sub-normais (hipotermia).
Tratamento: Quando diagnosticada no início, a doença pode ser curada com o uso de antibióticos apropriados de uso oral. A terapia líquida parenteral é utilizada como forma de combater a desidratação e manter o equilíbrio líquido e eletrolítico.
Prevenção: Existem vacinas contra a Panleucopenia felina infecciosa. Deve-se aplicar a vacina em animais suscetíveis (felinos em geral) a partir dos dois meses de idade e repetir anualmente.
É possível reduzir a contaminação do ambiente melhorando-se o manejo e higienizando o local com uma solução de hipoclorito de sódio e água numa proporção de 1:30.

Marco Antonio Omori – Estagiário
Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Orientador

PANOSTEÍTE



A panosteíte é uma doença causada pela escassez óssea, levando a uma produção de um novo osso a partir de uma cavidade formada.Ela ocorre espontaneamente em cães de rápido crescimento, geralmente sem história de trauma ou exercício excessivo.A doença se manifesta sob forma de claudicação intermitente de um ou mais membros e é auto-limitada, podendo eventualmente desaparecer, com ou sem tratamento.
A causa da doença é desconhecida, mas alguns veterinários acreditam que seja por stress, outros por origem viral e até por causas genéticas.Em muitos casos, os membros dianteiros são primeiramente afetados e logo após, o problema progride de perna em perna.A panosteíte envolve áreas diafisárias, metafisárias e tubulares de ossos longos. É caracterizada por fibrose medular, ou seja, uma nova deposição óssea no endósteo e perióteo.Além do nome panosteíte, é também conhecida como osteomielite juvenil, enostose, panosteíte eosinofílica, ou ainda, panosteíte canina.
Predisposição: Esta doença acomete cães de grande porte, sendo que os German Shepherds são particularmente os mais predispostos a essa condição. Já houve casos também em Basset Hound, Scottish Terrier, São Bernardo, Doberman, Pinscher, Setter, Golden Retriever, Labrador e Shnauzer miniatura.
Geralmente os cães são bem jovens, possuindo entre 5 e 14 meses de idade e os machos são mais predispostos do que as fêmeas. Geralmente, as fêmeas são acometidas durante o primeiro estro.
Em um estudo realizado, apenas 20% dos cães com o início da afecção eram velhos.
Etiologia / Histopatologia: A etiologia da panosteíte é desconhecida, mas pode ter origem genética.
As causas que contribuem com a doença, incluem stress, anormalidades transitórias vasculares, distúrbios do metabolismo, hiperestrogenismo e infecção viral.Na histopatologia, observa-se uma degeneração dos adipócitos da medula óssea, seguida de proliferação de células do estroma, uma ossificação intramembranosa e uma regeneração medular adiposa do osso.
Sintomas: Inicialmente há uma claudicação aguda, acompanhada de anorexia e letargia. Essa claudicação ocorre espontaneamente, sem história de traumatismo recente. A doença ocorre eventualmente, recorrendo a intervalos.As claudicações geralmente se resolvem em um membro e afetam outro em conseqüência de uma mudança de sustentação. O prejuízo muscular pode estar presente em membros lesionados.
Após o osso passar pelo ciclo da lesão, é improvável que ele seja afetado novamente, mas um outro osso desse mesmo membro pode ser afetado.Os sinais clínicos são intermitentes e continuam por muito tempo, persistindo dos 2 aos 9 meses e se resolvendo geralmente com 18 a 20 meses de idade, quando a severidade do ataque vai sendo reduzida.Os ossos geralmente afetados são o rádio 25%, o úmero 14%, o fêmur 11% e a tíbia 8%.O animal apresenta hipertemia corpórea e nos locais afetados.
Exame Físico
Observa-se bastante dor, após firme pressão nas diáfises dos ossos afetados, acasionando desconforto ao animal.Avaliação laboratorial.A hematologia e o perfil bioquímico sérico são mantidos normais.
Radiografia: As lesões radiográficas caracterizam-se por aumento de densidade, acentuando a cavidade medular.Durante a resolução, as áreas reduzem gradativamente de tamanho e densidade.
Os sinais radiográficos podem persistir por vários meses após o desaparecimento dos sintomas clínicos.
Diagnóstico: Os sintomas clínicos, associados à radiografia são conclusivos para o diagnóstico.
Diagnóstico Diferencial: É essencial a interpretação da claudicação, diferenciando a panosteíte de outras doenças ósseas de cães grandes e de crescimento rápido.
Tais doenças são a osteodistrofia hipertrófica, a osteocondrite dissecante escapuloumeral, a não união do processo ancôneo e a displasia coxofemural.
Prevenção: A prevenção envolve o controle nutricional do animal.
O excesso de Cálcio causa hipercalcitonismo, retardando assim o remodelamento ósseo.
Pode-se notar que o baixo nível de proteína na dieta, também pode prevenir esta condição.
Tratamento: Não existe uma terapia específica para panosteíte, mas pode ser administrado anti-inflamatório não esteroidal. Em casos severos, os anti-inflamatórios esteroidais podem ser utilizados com sucesso.
É necessário restringir o exercício físico nos animais com panosteíte e concientizar o proprietário de que é possível que o animal transfira a claudicação para outros membros, intermitentemente de 6 até 18 meses.

Patrícia Maria Passarelli - acadêmica - UMESP
Orientador: Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Anjovet




Parainfluenza


O vírus da Parainfluenza é um dos agentes responsáveis pela traqueobronquite infecciosa ou Tosse dos Canis, recebendo este nome por aparecer com muito mais freqüência em canis onde a concentração de animais é maior. É uma doença altamente transmissível, aparecendo com mais freqüência durante o inverno, sendo caracterizada como uma gripe de cães. Afeta o sistema respiratório superior e é transmitida por contato direto.
Sinais clínicos: Os cães com esta enfermidade apresentarão secreção nos olhos, nariz e tosse, podendo esta ser seca ou úmida. A febre pode ou não estar presente, e ainda falta de apetite é um sintoma comum. O dono do animal poderá ter a impressão de que o animal, ao tossir, está engasgado.
Os animais apresentarão os sintomas de 3 a 10 dias após a infecção. Os sintomas permanecerão por 3 a 4 semanas.Qualquer animal de qualquer faixa etária estará suscetível à doença.
Diagnóstico: O diagnóstico é feito através de anamnese e exame clínico, podendo também ser sugerido exames laboratoriais.
Tratamento: O tratamento é feito à base de antibióticos, apesar da concentração destes ser muito pequena na traquéia quando administrados por via oral. Antitussígenos, fluidificantes, broncodilatadores, fluidoterapia para reidratação Também devem ser administrados. Alimentação mais balanceada, proteção do animal contra o frio e a umidade devem fazer parte do manejo do animal portador da enfermidade.
O prognóstico da doença é bom, podendo o animal deixar de apresentar os sintomas após 2 ou 3 semanas do tratamento.
Prevenção: Um programa de vacinação anual é recomendado. O vírus pode agir concomitantemente a bactérias da espécie Bordetella bronchiseptica,assim como outros vírus como o Adenovirus tipo 2 e fungos como o Micoplasma. Por isso, além da vacina óctupla (V8) que irá imunizar o animal contra a Parainfluenza, é recomendada a vacinação intranasal contra a Bordetelose.

Mércia Viviane Augusto de Oliveira - Estagiária Anjovet - Graduanda UNG - SP
Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Orientador


PARVOVIROSE


A Parvovirose, também chamada de Enterite Canina Parvoviral, é uma virose que costuma acometer cães mais jovens, em fase de crescimento, podendo também acometer os adultos. Apresenta alta mortalidade entre animais debilitados e en- fraquecidos por verminoses ou outras moléstias.O Parvovirus aparentemente se combina com outros Adenovirus causando in- fecções do trato respiratório superior e olhos nos homens. Devido a esse fato alguns autores classificam essa doença como zoonose.Nos cães a doença se estabelece principalmente no sistema digestivo, inicial- mente provocando elevação térmica em torno de 41 graus Celsius. Nessa fase o cão apresenta letargia e falta de apetite acompanhadas de vômitos. Alguns ani- mais apresentam tosse nessa fase. A disenteria acompanhada de sangue é um sintoma que aparece poucas horas após o início dos vômitos.A doença começa rapidamente e, sem o tratamento adequado, o animal pode su- cumbir em poucos dias. O tratamento consiste basicamente em suporte adequado, como soroterapia, aplicação de alimentação por via parenteral e outros procedi- mentos. A utilização de imuno-estimulantes é questionável, porém tem apresentado resultados satisfatórios. Antibióticos também devem ser utilizados como preven- ção de infecções secundárias causadas por agentes de associação que agravam o quadro patológico, não tendo qualquer ação contra o vírus casual.O animal doente deve ser isolado dos outros animais com o intuito de impedir a propagação da doença.Existem vacinas específicas para a prevenção da Parvovirose. Estas conferem ao animal uma ótima imunidade. A primeira dose é recomendada após o desmame com 45 dias de vida. O reforço deve ser feito anualmente para eliminar os riscos de contaminação pela doença.



RINOTRAQUEÍTE VIRAL FELINA


A Rinotraqueíte Viral Felina é uma grave doença que ataca o aparelho respiratório de gatos. É causada pelo Herpesvírus Felino 1 (HVF-1).
O HVF-1 é transmitido por contato direto de gatos infectados a gatos com baixa imunidade, geralmente filhotes. Gatos recém-nascidos possuem anticorpos maternos que os protegem da infecção, mas à medida que eles começam a perder essa imunidade, tornam-se altamente suscetíveis. Outros fatores que contribuem para a infecção são: subnutrição, higiene do local e tamanho da população.
O vírus se multiplica em regiões com temperatura abaixo da temperatura normal de gatos, como nas células epiteliais superficiais dos ossos turbinados nasais e da conjuntiva, no epitélio da córnea, palato mole, tonsilas e epitélio traqueal.
O HVF-1 provoca necrose e ulceração do epitélio dos ossos turbinados nasais. Filhotes que apresentam infecções “in-utero”, normalmente morrem de pneumonia e necrose hepática com duas ou três semanas de vida.O período de incubação da doença é normalmente de dois a seis dias. Na maioria dos casos os sintomas variam entre cinco a sete dias.Os primeiros sintomas que aparecem são uma crise de espirros, conjuntivite e rinite serosa. Pode ocorrer pirexia, anorexia, e depressão. Os gatos passam a respirar pela boca devido à obstrução das narinas. Em casos raros ocorre a glossite ulcerativa.
Os animais infectados com HVF-1 ficam suscetíveis a infecções bacterianas e micoplasmicas oportunistas.
A doença é tratada com a administração de glicocorticóides e higiene do ambiente onde o gato vive. Quando afetados com rinite crônica e sinusite frontal respondem bem a terapia antimicrobiana e inalações de vapor de água.

Luiz Gustavo Fabris – Estagiário
Dr. Sidney Piesco de Oliveira - Orientador


Cliparts

Curiosidades

TOXOPLASMOSE Zoonose parasitária causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, parasita intracelular que tem como hospedeiro definitivo o gato; além dele, outros animais, como os bovinos, carneiros, suínos, aves e até o próprio homem podem ser infectados por este coccidio.

A transmissão se dá pela ingestão de tecidos animais infectados com cisto de Toxoplasma gondii, ou seja, se dá pela ingestão de carne crua ou mal cozida. Pode se dar também pela ingestão de leite de caprino não pasteurizado. O alimento, água, e solo contaminado com fezes de gatos infectados constituem fonte de infeção para o homem e para outros animais de sangue quente.Um outro meio de transmissão é a infeção transplacentária, pois o Toxoplasma gondii pode atravessar a barreira placentária e infectar o feto de humanos, de gatos, e de cães sendo que nestes dois últimos é mais incomum.
A maioria dos animais portadores de toxoplasmose é assintomática, e apresenta somente evidências sorológicas de infeção, sendo que os sintomas clínicos são: animais natimortos, abortamento, morte por toxoplasmose neonatal pulmonar, hepática, e do sistema nervoso central, hepatite, linfoadenomegalia, polimiosite, deficiências neurológicas, pancreatite, neurite óptica, uveíte, granuloma intestinal.
Nos humanos os sintomas das infecções extra-intestinais são semelhantes aos ocorrentes nos cães e gatos. A infecção congenita do feto humano pode resultar em abortamento no primeiro trimestre de gestação, ou em deficiências neurológicas e visuais no último trimestre de gestação, e morte fetal.
O diagnóstico se baseia na associação dos testes sorológicos com a sintomatologia clinica, além disso, pode se fazer exames fecais e identificação do microrganismo no tecido ocular tanto em humanos quanto nos animais.O tratamento é feito a partir do uso de antibióticos que podem ser: clindamicina na dose de 25 a 50mg/kg por dia dividido em duas ou três doses, sendo administrado pela via oral ou intramuscular por duas semanas, sulfonamida, pirimetamina, trimetropima-sulfa na dose 15mg(combinado)/kg q12 administrado pala via oral – 30mg(combinado) kg q 23h, doxiciclina; sendo que o mais utilizado é a clidamicina.
PREVENÇÃO E CONTROLE:

· Usar luva ao manusear terra e areia.
· Lavar bem verduras, frutas e legumes.
· Evitar ingerir carne crua ou mal cozida.
· Fazer teste laboratorial pré-natal .
· Fazer exames do soro sangüíneo dos animais suspeitos.
· Não se deve alimentar os gatos com carne crua, vísceras e leite de caprino não pasteurizado.
· Evitar que os gatos comam vetores mecânicos com baratas, moscas e minhocas.
· Evitar o contato com fezes de gatos infectados.

Tatiana de Almeida Pavan – Estudante de Medicina Veterinária
Dr. Sidney Piesco de Oliveira – Clínica Veterinária "Anjo da Guarda".



domingo, 2 de janeiro de 2011

O Decálago do Cão

1-Minha vida não vai prolongar-se muito além de 10 anos. Nesse período, qualquer separação de você será muito dolorosa para mim.

2-Me dê algum tempo para entender o que você quer de mim. Sou irracional, mas capaz de retribuir a sua estima e paciência.
3-Tenha confiança em mim. Eu sou leal.
4-Não fique zangado comigo por muito tempo. E não me prenda em um lugar como punição. Você tem seu trabalho, seus amigos, suas diversões. Eu só tenho você.
5Fale comigo de vez em quando. Mesmo que eu não entenda as suas palavras, compreendo muito bem a sua voz e simples som dela me deixa feliz.
6-Esteja certo e seja como for que você me trate, isso ficará gravado em mim através de condicionamento.
7-Antes de me censurar pôr estar sendo vadio, preguiçoso ou teimoso, pergunte se não há alguma coisa me incomodando. Talvez não esteja me alimentando bem. Pode ser que eu esteja com alguma dor, ou é apenas meu coração que está ficando velho e cansado.
8-Cuide bem de mim quando eu ficar velho: você também vai ficar e certamente terá quem cuide de você.
9-Não se afaste de mim em meus momentos difíceis ou dolorosos. Nunca diga a frase: "Prefiro não ver" ou "Faça isso quando eu não estiver presente". Tudo é mais fácil para mim quando você está ao meu lado, mesmo meus últimos momentos.
10-Se na velhice eu estiver ao seu lado, eu saberei compreendê-lo, meu amo, porque as relações misteriosas entre nós dois estão nos segredos de Deus.


                       Fonte: Autoria desconhecida



quinta-feira, 29 de julho de 2010

Por que escolher a Dog Trainer ?

Existem inúmeros Adestradores de cães , formadores de reforço positivo, formadores clicker, livros, vídeos e outras estratégias para treinar seu cão. Por que escolher a Dog Trainer?

1- Nós fornecemos  preços acessíveis na formação individual em casa.
2- Os cães, como pessoas, têm personalidades diferentes . Os cães também são muito introduzidos em seu ambiente. Os custos dos nossos serviços em comparação com qualquer outro método que realmente fica resultados a longo prazo é uma pechincha.
3- Um cão não treinado é como uma pistola carregada.
4- Os cães são capazes de ter  comportamentos destrutivo, fobias incapacitantes, incessantes latidos e uivos, e até mesmo agressão letal. 
5-Um cão de 25 Quilos  pode facilmente mutilar ou matar uma criança.
6-Mesmo em cães de raças pequenas, não é "bonitinho", quando eles pulam na sua visitas  com as patas enlameadas, urinar em seus tapetes e lhe causar vergonha pelo seu comportamento cada vez que você encontrar um outro cão ao andar deles.
7- Se você tomou a decisão de possuir um cão, então é sua obrigação de agir com responsabilidade.
8- Assim como você não iria dirigir um carro sem freios, você não pode responsavelmente possuir um cão que é inexperiente.
9- Treinamento de cães é tudo o que fazemos. Porque nós somos profissionais. Encorajamos você a chamar os nossos clientes anteriores.